O Projeto Piru-piru é uma iniciativa voltada à pesquisa e conservação de uma das aves emblemáticas da zona costeira do sul do Brasil. O projeto visa demonstrar a importância da preservação das dunas para a conservação da biodiversidade regional, assim como a importante ligação ecológica entre os diferentes ambientes utilizados pela espécie.
O projeto iniciado em 2015, em parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), na Praia Grande em Torres, foi ampliado para outras áreas da região, incluindo atualmente o Parque Estadual de Itapeva, o Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos e a região de Passo de Torres, em Santa Catarina.
Com o desenvolvimento do projeto, importantes informações sobre a ecologia da espécie vêm sendo obtidas, incluindo dados sobre dieta, áreas de nidificação, sucesso reprodutivo e deslocamento dos indivíduos. O projeto também tem buscado investigar as principais ameaças à espécie, com o intuito de propor medidas que garantam a permanência e reprodução da espécie na região.
Uma das principais ferramentas utilizadas no estudo é a marcação dos indivíduos, com utilização de anilhas coloridas, para reconhecimento individual. O projeto vem também utilizando, pela primeira vez no Brasil, transmissores satelitais para acompanhar o deslocamento dos indivíduos.
Os dados obtidos até o momento demonstram claramente a importância da preservação das dunas costeiras e a estreita ligação da espécie com as unidades de conservação da região. Nesse sentido, a Ilha dos Lobos, por exemplo, é utilizada como uma importante área de alimentação dos indivíduos que nasceram nas dunas da Praia Grande. Além da pesquisa científica, o projeto visa promover o piru-piru como uma espécie bandeira para a conservação da zona costeira da região.
Instituições parceiras: Uergs, Ufrgs, ICMBio/Revis Ilha dos Lobos, SEMA/Parque Estadual de Itapeva, Prefeitura Municipal de Torres, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.